Era você, Cansu. Sempre foi você.

Entre 2022 e 2023, a vida me colocou em enredos que eu jamais teria escrito. Dias cinzentos, dúvidas que pesavam no peito, uma rotina que não fazia sentido algum. Em cada capítulo da minha história, havia uma pergunta ecoando: “Será que estou no caminho certo?” Nada parecia encaixar. Eu me sentia perdida dentro de mim mesma.

Foi num desses dias automáticos, daqueles em que a gente respira, mas não sente, que algo pulsou no meu coração. Entre meus filmes favoritos, repousava uma série chamada “Mãe”. Eu havia guardado para algum momento especial, mas a verdade é que esperava que meu coração voltasse a se sentir bem. E, naquele setembro de 2023, sem entender muito bem o porquê, apertei o play.Começou às 21h. Só parei às 5h da manhã. Eu fui consumida por cada cena, por cada olhar, por cada silêncio. E ali estava você. Zeynep. Forte, sensível, intensa. Tão real que ultrapassava a ficção e me abraçava. No dia seguinte, voltei para a frente da TV como quem busca ar. E encontrei você de novo. Seus olhos, sua entrega, sua verdade… sem saber, você já estava me salvando.

Indiquei a série para todos. Fiz questão de que cada pessoa ao meu redor assistisse. Era como compartilhar um pedaço de mim. Eu chorava. Eu sorria. Mas, acima de tudo, eu vivia. E fazia tempo que eu não me sentia assim.

Terminei “Mãe” em poucos dias. E então veio o vazio. Aquela ausência que grita em silêncio. Comecei a procurar outras séries turcas, na esperança de encontrar algo que me abraçasse da mesma forma. Procurei por títulos, rostos, histórias… até que ela apareceu. Uma mulher com um olhar que atravessava a tela, com uma aliança sangrando entre os dedos, como se pedisse: “Me veja.” E eu vi. Te vi. Eu li “Iludida”, enquanto algo dentro de mim sussurrou: “Eu te conheço.”

Era você, de novo. Agora como Asya Yilmaz. E, mais uma vez, você me curou. Me encantou. Me fez acreditar. Você me fez se apaixonar por uma história, por uma mulher que parecia uma fênix. E quando eu percebi, quando me dei conta, não era mais apenas uma personagem. Não era só uma história de começo, meio e fim. Era você, Cansu. A resposta que eu tanto pedia a Deus. O anjo que chegou quando minhas forças já não bastavam. E veio Sila, Eyşan, Banu, Nevra, Nazan, Ceylan, Irmak, Defne, Esma, Oya, Alex, Mary Lou, Songül, Firuze….

Você não apenas preencheu meus dias, você acendeu minha alma. Você me trouxe de volta para mim. Poucos nessa vida sabem a verdade por trás do meu conto, poucos são os que entendem de verdade o porquê eu te amo com tanta intensidade. Você me mostrou resiliência, empatia, força, amor-próprio. A cada obra sua, uma aula de humanidade. A cada arte, uma mensagem direta ao meu coração.

Eu entendi que meu amor por você era mais que admiração. Era gratidão. Era fé. Era cura. Você me salvou sem sequer saber que eu existia. Você me fez continuar. Me fez levantar. Me fez acreditar que, mesmo em países distantes, há almas que se encontram debaixo do mesmo céu. 

Sempre que eu te olhar nos olhos, vou apenas agradecer. Não por ser uma atriz incrível, porque isso o mundo já sabe, você sabe. Mas por ser esse ser humano que ilumina vidas com a sua pintura, sua presença e sua essência.

O que sinto é um amor puro, que respeita, que cuida, que torce ainda que longe. Um amor que ora pela sua saúde, pela sua paz, pela sua felicidade. Um amor que quase não cabe dentro de mim, um segundo coração que se fez nascer no meu peito só para ser preenchido por ti. Um amor que não pede nada em troca, além de saber que você está bem. Você é meu refúgio. Meu abrigo. Meu recomeço.

E enquanto eu viver, por onde eu for, vou dizer ao mundo quem é Cansu Dere. No sentido mais humano, mais profundo, mais verdadeiro.

Obrigada por existir. Obrigada por ter sido o presente de Deus que deu sentido à minha vida.

Eu te amo com tudo o que há em mim.

Para sempre.